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"O amor vence" Rob BELL

“O Amor vence” de Rob Bell



BELL, Rob. O amor vence. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
Visão panorâmica da obra.
 No primeiro capítulo os assuntos são abordados em forma de questionamentos. Em primeiro lugar questiona-se como pode um Deus sendo tão amoroso condenar os seres que ele mesmo criou ao inferno. Em seguida, as razões que levariam as pessoas a serem condenadas e outras a serem salvas. Em terceiro lugar, o autor argumenta sobre a possibilidade de existir salvação pós-morte e quais os critérios usados para determinar se uma criança foi salva ou não caso esta venha a morrer na condição de criança e qual a idade que ocorre a conversão podendo a mesma ser responsabilizada por seus atos. Ainda, dentro do mesmo assunto, Bell pergunta como ocorre a conversão, em que momento isso exatamente ocorre. Em quarto lugar, questiona também sobre a mensagem do evangelho e seus responsáveis. Finaliza, com uma abordagem sobre a salvação como dádiva e esforço.
A partir do capítulo dois, Rob Bell pretende responder os questionamentos do capítulo anterior. Inicia o capítulo falando sobre o céu. Para ele, o céu não é aquilo que muitas pessoas pensam como um lugar que existe em outra dimensão cuja duração é eterna, algo como uma sequencia interminável de tempo, horas, minutos e segundos, no entanto, para Bell, o céu existe aqui e agora diante de nós. A mensagem dos profetas sobre colheita, vinho, banquetes e nações, confirma essa verdade. Os critérios para fazer parte da vida eterna, segundo o autor, são:
Como você pode ter certeza de que fará parte do mundo novo que Deus vai criar? Como é possível se tornar o tipo de pessoa a quem Deus confiaria uma tarefa significativa na era que há de vir?
A resposta-padrão costumava ser: obedeça aos mandamentos. Deus mostrou como vivê-los. Viva deste modo. Quanto mais alguém se torna pacífico, justo e generoso, e quanto mais ajudar na execução do modelo de mundo que Deus almeja, mais estará pronto para assumir uma responsabilidade maior na era que está por vir. (BELL. 2012, p. 41)
            Certo julgamento no céu-terra é mencionado no instante que alguém sentado para o grande banquete perceber do seu lado uma pessoa que ela desprezou por muitos anos. A atitude dessa pessoa fará com que as chamas quentes do céu a elimine.
            No terceiro capítulo, o autor apresenta o conceito de inferno propriamente dito a partir das Escrituras Hebraicas quanto do N. Testamento.
            No Novo Testamento, o termo usado para representar o inferno é sheol que significa o lugar para onde as pessoas vão quando morrem. Outro termo usado para designar o inferno é a expressão sepultura.
            A palavra inferno é citada doze vezes quase que em sua totalidade por Jesus. Na versão grega a palavra traduzida para inferno é Gehenna que significa “Ge” vale e “hena” Hinnon, um vale que na época de Jesus era depositado o lixo da cidade. Portanto, o autor descreve o lugar como um lugar onde o fogo queimava constantemente para consumir o lixo e nas periferias do local se ouvia o rangido de dentes dos animais na disputa pelos restos dos cadáveres lançados ali.
            Outra palavra usada no Novo Testamento para significar o inferno éTártaro encontrada uma vez em 2 Pedro 2. (na versão bíblica de Jerusalém). Esse termo, segundo Bell, foi usado por Pedro que buscou na mitologia grega e se refere as regiões inferiores, o lugar onde os semideuses eram julgados, oAbismo. De acordo com Bell, Jesus usou figuras, cenas e metáforas para descrever o inferno.
É isso que encontramos nos ensinamentos de Jesus sobre o inferno – um mistura de imagens, cenas e metáforas que descrevem as experiências e consequências de rejeitarmos a bondade e a humanidade dadas por Deus. Algo que somos livres para fazer, a qualquer hora, em qualquer lugar, com qualquer pessoa. (BELL. 2012, p. 68)
            Utiliza-se da história do Rico e Lázaro, encontrada em Lucas capítulo 16 para reforçar seu argumento. Nela, o autor destaca a existência de vários infernos, infernos individuais, sociais e de abrangência mundial, a partir do momento que se rejeita o que é bom, verdadeiro, bonito e humano. Em seguida, o autor desenvolve a ideia da realidade do inferno também para o cristão e de sua transitoriedade cujo objetivo é de apenas ensinar uma lição, mas que no fim todos serão salvos, resgatados para junto do pai.
            Conclui o presente capítulo afirmando que a expressão “para sempre” e “castigo eterno” não se refere a um período de tempo sem fim, mas apenas a um período determinado, pois, para os hebreus esta expressão significava um tempo com prazo de duração, ou seja, finito. Então, a conclusão de Bell é que o “castigo eterno” ou “inferno” é apenas um período de tempo cujo objetivo é de disciplina e correção, todavia, ao final haverá restauração à presença de Deus.
            No capítulo quatro, é trazida a discussão o conceito de salvação. Para ele, a salvação será contemplada por todos os seres humanos e que esse é o propósito central de Deus desenvolvido ao longo da história da humanidade e não fracassará. Contudo, de acordo com algumas linhas de interpretação, Deus fracassa algumas vezes quando milhões de seres humanos são lançados no lago de fogo para sofrer eternamente. A final de contas Deus não se daria ao trabalho de criar bilhões de pessoas para passarem a eternidade em castigo eterno simplesmente porque não fizeram ou deixaram de fazer alguma coisa nessa vida, afirma Bell. Todavia, a explicação mais coerente com esse contexto é de que:
[...] Deus tem, um propósito, um desejo, e nunca cessa de trabalhar para alcançá-lo. Em Lucas 15, Jesus conta três parábolas: a de uma mulher que perde uma moeda, a de um pastor que perde uma ovelha e a de um pai que perde um filho. As histórias, no entanto, não são sobre coisas perdidas; são sobre coisas encontradas. O Deus sobre que Jesus nos ensina não desiste até que tudo o que foi perdido seja encontrado. Ele simplesmente não desiste. Nunca. (BELL. 2012, p. 91)
            Outra explicação para o “sucesso” de Deus em seu propósito de salvação é o fato das pessoas escolherem mudar de vida após a morte, portanto, após um tempo determinado, todos os povos voltarão para Deus e estarão em paz em sua presença. Para apoiar sua linha de interpretação Bell, se baseia em alguns autores bíblicos – como Mateus, capitulo 19, que diz: haverá uma “regeneração” de todas as coisas; em Atos dos apóstolos 13: “Jesus restaurará todas as coisas” – e alguns pais da igreja. Clemente de Alexandria e Orígenes no século III, afirmavam a reconciliação de Deus com todas as pessoas. Mais tarde, no século IV, Gregório de Nissa e Eusébio, também acreditaram nisso. Mais adiante, Jerônimo, Basílio e Agostinho também acreditaram na reconciliação na reconciliação da humanidade com Deus.
            Mais uma vez, Bell fala sobre a transitoriedade do inferno tomando por base as afirmações de alguns cristãos da igreja antiga e conclui esse capítulo afirmando que a história do inferno não é uma boa história.
            No capítulo seguinte, o autor argumenta sobre a morte e ressurreição de Jesus. Em primeiro lugar, a morte de Jesus na cruz significou a liberdade dos condenados, a restauração do relacionamento, a remissão dos perdidos, a vitória da batalha e um sacrifício definitivo oferecido.  Em segundo lugar, a ressurreição de Jesus é um modelo de restauração das coisas velhas em novas assim como a semente morre e dá lugar a uma nova vida. Primeiro a morte depois a vida, constitui-se o ciclo da vida; a morte de uma vida em favor de outra. É comparado aos vegetais que antes de virarem alimentos estavam vivos.
            O capitulo é concluído com a afirmação de que a morte e ressurreição de Jesus “têm a ver com a maneira como vivemos” (BELL, 2012, p. 117).
            Já no sexto capítulo, o autor fala sobre a pessoa de Jesus, nele, Jesus é apresentado como um ser universal presente em todas as culturas e religiões mesmo que, nestas, ele não seja conhecido pelo nome pelo qual é conhecido no Cristianismo. Portanto, para justificar essa ideia é apresentado o texto em que o apóstolo Paulo interpreta o evento em que Moisés recebe a ordem para ferir uma rocha e que desta sai água depois de ferida. A rocha da qual sai água e sacia a sede do povo, é, segundo Paulo, o próprio Cristo.
            No próximo capítulo, é apresentado o conceito sobre a pessoa de Deus e mais uma vez sobre o céu e o inferno. Para isso, o autor cita a parábola do Filho Pródigo encontrada no Evangelho de Lucas capítulo quinze. Na referida parábola há o contraste entre as duas versões das histórias de vida dos dois filhos. O filho mais velho reclama de seu pai por este não percebê-lo. O filho mais novo reclama de sua maldade e situação de miséria por estar longe do pai. Portanto, de um lado tem-se a bondade do filho mais velho e do outro a maldade do filho mais jovem. Tanto a primeira quanto a segunda não alteram a história das boas novas do Pai, totalmente diferente e mais sublime que ambas as histórias lhes apresentada. Logo, na presença de Deus se encontram as duas realidades, céu e inferno e não existe separação entre elas, conforme Bell:
Mas, o que fez Jesus nessa história sobre o homem com dois filhos particularmente impetuosos? Jesus coloca o irmão mais velho na festa, recusando-se a confiar na versão do pai. Recusando-se a participar da celebração.
            O inferno está na festa.
            Isso é o que o torna tão infernal.
            Não é uma imagem de separação, mas de interação.
            Nessa história, céu e inferno estão um dentro do outro, entrelaçados, mesclados, golpeando-se. (BELL, 2012, p. 143)
            Outro importante ponto foi o do tipo de relacionamento entre o filho mais velho com seu pai. Para este o pai era considerado como um senhor de escravos, como seu senhor e naturalmente aquele como escravo deste. Tal comportamento foi gerado porque o jovem pensava que ser bom, trabalhador, esforçado etc. proporcionaria para si privilégios e a garantia de uma filiação e um lugar para morar.
O irmão mais novo também apresentou argumentos que por causa de sua maldade não se sentiria mais como filho, mas como um escravo e é nessa condição que suplica ao pai que permita ser considerado como um empregado junto com os outros da casa.
Para surpresa dos dois irmãos a reposta do pai não foi a esperada por eles. Para o irmão mais velho a resposta do pai foi que este sempre esteve presente com ele e que tudo que ele tinha pertencia também a seu filho. A resposta para o irmão mais novo foi que este estava morto e reviveu e estava perdido e foi achado.
Conclui afirmando que não importa qual seja a história de nossa vida a do Pai sempre será diferente e nova.
 Carlos Aurélio.

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